quarta-feira, 2 de setembro de 2009

o conto do moço sem estrelas

ele está triste. e não fala com ninguém porque sabe estar só. aos olhos alheios, claro, parece bem, imutável, sorriso nos lábios mas não nos olhos. ninguém vê. e ele nada fala. porque é difícil explicar e mais ainda compreender. vice-versa. porque todos acham que se está assim é porque quer. e embora não seja de fato isso, ele sabe que na prática fica o dito pelo não dito. o dito pelo não feito. aos olhos alheios sempre. ele está só. definitivamente, só. como nunca ousara. como nunca soubera. e sabe porque dentro há um que que não silencia, morre mas mata, grita calado e dói. dói porque morre. dói porque vê morrer. de mil maneiras, de mil maneiras viver. e dói porque se sente esquecido. e dói porque lembra e tem uma mente que não descansa. sobrevive, bem sabe. tenta se convencer porque sabe mais ainda que a solidão é dele. e as palavras também. a ele cabe receber o presente enviado como quem leva um soco. um soco encaixado na boca do estômago. uh! a alma desmaia e falece minutos a mais em vida. e sofre, mas ninguém vê. nunca. só eu. porque aprendi a ler estrelas na testa. e a testa dele... bem, anda sem estrelas.
.
.
.

Nenhum comentário: