segunda-feira, 13 de março de 2006

Fim do veto a europeus está distante

Por Ana Laura Diniz /AE
Diário do Comércio

De acordo com o embaixador e chefe do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, Régis Arslanian, o Brasil não deverá renunciar à prerrogativa de vetar a instalação de bancos europeus no País, como parte das concessões de se fazer um acordo comercial com a União Européia (UE). "Nossa oferta possibilita o direito de consulta da UE. Se eles nos convencerem de que o veto é improcedente, a decisão poderá ser revista", diz. O veto presidencial à instalação de dessas instituições no País é previsto pela Constituição, mas os europeus insistem em que essa lei deve ser alterada a partir do acordo comercial em negociação. Segundo o embaixador, o governo brasileiro quer manter a tese de que a entrada de determinados bancos possa ser prejudicial ao Brasil.

Na reunião que os negociadores do Mercosul terão com os europeus no fim do mês, será feita uma exposição das concessões ideais para um acordo de livre comércio. No que se refere às agências que regulam os serviços bancários privatizados, Arslanian diz que as propostas foram positivas, reforçando que o Brasil não aceitaria fazer tais acordos.

Para o sócio-fundador da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, uma possível queda do veto não trará mais instituições para o País. "Deve haver um aumento de participação por meio de aquisições", já que as prateleiras de oferta de bancos estão vazias há algum tempo. O analista financeiro do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), Edson Carminatti, diz que a medida tende a propiciar maior abertura em investimentos para alguns bancos que já operam no País, como o espanhol Santander e o inglês HSBC, ambos com significativa atuação no mercado nacional. "Mas o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) faz planos de operar em um país fora da Espanha e, assim, nada impede de tê-lo no mercado brasileiro, que já é familiar a eles", diz o analista. "Além disso", continua, "a economia vive um momento de crescimento e com expansão das operações de crédito", completa Carminatti.

Mesmo sendo cedo para citar nomes, segundo Carminatti, a medida ainda deve favorecer maior concorrência no setor das financeiras.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga Ana Laura,

faz tempo que não nos falamos, e, através do seu texto, pude revivê-la, sentir a sua energia, ter de volta omseu poder de criação e a sua grande capacidade. Escreva para mim através do e-mail uelintonalves@yahoo.com.br.
Um grande beijo e um forte abraço para você.
Uelinton Farias Alves