segunda-feira, 29 de agosto de 2005

CONDOMÍNIO BRASIL

depois de meses e meses de gestação, colapsos e piripaques congênitos, há um significado pra lá de especial ao ver o desenvolvimento do condomínio brasil. esther lucio bittencourt e eu, como ela bem define, à frente do papel antipático de síndicas. e continua: mas depois de tão pouco tempo de surgido, ele caminha sozinho. os chamados condôminos, e as síndicas também o são, postam seus artigos e matérias tranqüilamente. é bonito quando vejo o rio seguir seu leito.


alegra-me pensar que o cb virou porto. do cais ao vinho. da exposição de causos aparentemente desconexos com a realidade que vivemos, da sílaba solta à reflexão mais profunda. do pensamento jogado ao vento e no vento não se dissipa porque vira alçar de pássaro que leva, leva longe toda e qualquer manifestação. não sei definir ainda ao certo, mas o cb tem um não sei quê de doçura e inocência em meio a anarquia que chega a emocionar. e não se trata da fêmea lambendo a cria ou da mãe enchendo o filho de elogios e perfeccionismos. há muita coisa ainda a ser feita, há muito chão a trilhar e casas a arrumar.

é, mas falo de uma certa inocência existente (talvez) apenas no jornalismo do passado, o dito romântico. portanto, não confunda o que digo a uma ingenuidade idiota que a tudo abraça, nada sente e nada vê. refiro-me a algo maior: a uma onda de esperança... a uma crença... um convite ao pensamento livre... um convite ao debate, ao erro nesse pensar... de modo a obter um fio condutor efetivamente democrático... onde maquinistas e passageiros jogam juntos dez mil litros de água fria, madeiras que serão queimadas para mover o trem... analisam a localização do forno e da caldeira de água quente. e cada um, individualmente, ainda que no coletivo, explica a seu modo, como o vapor é armazenado e movimenta as rodas, por onde sai fumaça e gás excedente... dessa maria fumaça, desse trem chamado brasil.

5 comentários:

Esther Lucio Bittencourt disse...

e várias paisagens de letras construímos, às vezes elas se embaralham para criar um enredo. como formigas em correição que parecem não saber para onde vão, mas sabem. elas, as formigas, como nós, recriamos todos os caminhos, ou seja, sofremos desta pretensão de picar o mundo para devolvê-lo inteiro e precisado de olhar novo para senti-lo ; o olhar do leitor e o nosso, que leitores também somos. olhar perplexo de quem diz: ah! também pode ser assim! assim! e sobre este assim nós informamos que deverá ser fragmentado, com informações multifacetadas pois não procuramos uma linha editorial que nos identifique como linearidade. realmente o que nos torna reconhecidos é a proposição de caber num pequeno espaço. quiçá num pequeno continente extrapolar o conteúdo, além da forma. ambicionamos o universo e todas as suas paralelas que tramaram um encontro no condomínio brasil: esta terra em transe, em trânsito, gestado por contrastes.

esta é a primeira vez que comento aqui. não por desleixo, ou por não gostar do que escreve a autora do blog, escritora e repórter de primeira, jornalista íntegra que quando mergulha num desejo o partilha até a medula. Mas comento pouco em todos os blogs amigos, converso mais

obrigada ana, pela parceria da viagem.

C. disse...

passei aqui só para dizer que gosto muito de ler-te.

Anônimo disse...

Parabéns Ana Laura. Muito legal seu sítio.

Um beijo,

Luís Fernando

ana laura diniz disse...

Luís Fernando,

Obrigada pela visita. Você também tem blog? Beijos.

C. disse...

Sim, Alemanha. Vivo em Tübingen, no Estado de Baden-Würtemberg. Uma cidade linda. Mas sou portuguesa, como já deves ter percebido. E tu? São Paulo?
Reparei que encontraste o tal contador ...hei-de contribuir para a contagem das visitas.
Bjo de Lisboa