sábado, 7 de agosto de 2010

rio que mora no mar

recebi um e-mail de um amigo que terminava “rio que mora no mar”. então viajei na música e lembrei. o rio tem magias particulares. beijar na boca é sempre bom. beijar na boca no leblon, à noite, sentada na areia, perto do mar, abraçada... é bom demais. que saudade de repente me bateu do rio que se deixava levar pela maré. do rio que não se curvava à malandragem porque ele mesmo era dono de uma malemolência ímpar, bonita, peculiar. não dá pra explicar. mas dava pra sentir. a brisa banhando o corpo. o rosto ao entardecer na urca. na nuca. o dia amanhecendo no arpoador. e o caminho de casa parecendo sempre distante. não havia pressa, então, qualquer hora era hora. para fazer música e compor amor. para encontrar os amigos e conhecer outros novos. no rio, no passo, na flor. tanta coisa. tanta história. tanta memória. o rio é um tanto mais. parte de mim se consolidou no rio. nas idas e vindas. no morro dois irmãos, quanta coisa cantei de chico. a beleza da pedra da gávea, humaitá. laranjeiras. ipanema. botafogo, numa louca noite. e leblon. sempre de volta ao leblon das minhas madrugadas e dias sem fim. com o hotel marina de olho, de soslaio, parecia a tudo vigiar.



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