quinta-feira, 3 de junho de 2010

cansei

sabe, acho que cansei.
e quando a gente acha, quase sempre, se tem é certeza.
de uns tempos para cá tenho dado mais importância ao uso das palavras. de certa forma, passei a ter medo da vida e isso não é bom. medo de usarem as minhas palavras - e principalmente - de tê-las desvirtuadas, usadas de maneira abusiva e abusada contra mim. medo de aparecer na rua, e um esbarrão ser igualmente desvirtuado. passei a ter medo da maldade tão intrínseca a alguns seres. medo de ser prejudicada, medo de arranharem os dias amenos.
medo do medo.
a gente faz coisas, mas aprende com elas. e parece massacrada pelo contingente invisível. por olhares tortos, palavras capciosas, maldosas, que carregam falsa intimidade.
é isso. cansei da exposição que incita as pessoas a acharem que são íntimas. e são más. das maneiras mais sutis, eu não sou boba, eu percebo.
estou cansada dos mesmos lugares, das mesmas paisagens, das mesmas cabeças pequenas.
prefiro as galinhas daqui de casa. e os pintos, os gansos, os marrecos e os patos.
ah, os patos. aqueles que eu criei, fiz cafuné, e até hoje me reconhecem. que vêm alegres até mim toda manhã, quando entro no galinheiro para lhes dar água e comida. e respondo a cada quáquá.
mas falava do medo que é ruim e paralisa. e ao lembrar dos patos, sei que têm asas. e é delas que preciso para voltar ao meu eu, ao meu eixo, ao meu voo simples, único e particular.
quero estar com as pessoas que não me prejudicam, que nunca prejudicaram e não me querem mal.
o contrário, sinceramente, cansei.
por favor, não me queiram mal.
cansei de ter medo.
volto a ter vida.
porque assim determino.
sem traumas. mais rica. com aprendizados.
também não quero prejudicar e ferir mais ninguém. porque sei que feri, mesmo não sendo a intenção. mas que importa isso ao inferno? peço perdão publicamente mesmo que eu não explique. porque não quero, porque não chegou o momento e nem sei se chegará. guardo comigo os motivos. porque o suficiente já se sabe, já se fez, e não importa revolver o passado. chega. desculpe-me. apenas, se puder.
e, por tabela, não ser ferida: porque não sou super herói.
sou isso. carne, osso, sem silicone.
não quero mais somatizar o que me entristece, o que me faz mal.
chega de obesidade.
quero ser leve. como eu era e fui.
vou emagrecer.

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