segunda-feira, 12 de maio de 2008

para as minhas meninas das estrelas

felicidade é uma chuva de ipê amarelo. lembram, meninas? e como se esquecer fosse possível. ainda na retina a perplexidade do momento. o assombro que agiganta a vida e nos torna mais aptas como gente. a tal beleza rara que caetano já tanto cantou. semi-momentos que valem toda uma existência. e a máquina que a tudo registra fica inerte diante o inusitado, ao vento, à chuva, às flores de ipê amarelo. tudo numa cadência repetitiva, mas sem igual. olhos de cleide, de lisa, de telma e de lala. sim, os meus também. os mesmos que agora vislumbram os dias de inverno. as manhãs claras foram trocadas por uma neblina tão espessa que da varanda, às 6h30, nada se enxerga além da neblina. é verdade. a essa hora o galo ainda canta, mas em algum lugar invisível aos olhos. não se vê os cavalos, os gansos, as galinhas, os marrecos, os passarinhos. só se tem cecília porque essa mesmo se não quisesse não teria jeito de não vê-la. ouve os meus passos e já espreguiça e balança o rabo pedindo festa, toda faceira. bichos, gente, tudo igual. todos querem atenção mesmo que às 6h30 da manhã. ou da noite, whatever. que diferença faz? e a imagem daquela chuva amarela está em mim. saudades, desejos de varar a madrugada em versos. o sofá, esse também amarelo, tem vocês nas risadas que ouço daqui. o frio ainda não mostrou seu auge, meninas, mas o termômetro já acusa 6º C. e são só 23h10. o frio, na verdade, parece ser maior. vocês sabem, o lago no terreno e o rio pouco mais atrás jogam a umidade lá pra baixo e o frio é no osso. e pela manhã, quando o orvalho banha as folhas das árvores, é tudo tão gelado que as mãos no volante se colam. de tal forma que é difícil retomar o movimento dos dedos para começar a labuta. os livros, o giz na sala-de-aula. mas adoro o inverno. principalmente quando ele traz tardes azuis. por ora só temos cinza. resta a alegria de saber não ser poluição. e à noite, já disse? a lareira da sala nos aquece e o fogão a lenha, os cães. só a cecília, deus pai, ainda não sei o que fazer com ela. porque cresceu a danada, mas só de corpo. a cabeça continua infantil e atacada. completamente atacada. faço mil testes para tê-la no quentinho da noite aqui dentro... mas nada. ela não passa num mísero teste. faz uma bagunça que não tem tamanho... e, parece que certa do seu destino, vai rapidinho para a porta de casa. em sua caminha. vejam como a danada cresceu. está praticamente do tamanho do fly e da cássia, negra como ela só, ao fundo. [falzita, veja também como ela não é mais uma horrenda cachorrinha bebê. agora ela só é horrenda com mesmas pintinhas de cindy crawford e julia roberts]. e os dias passam assim e assado. entre pensamentos tantos - não narrados - apenas vividos. e sentidos.

4 comentários:

Anônimo disse...

"Quando um momento é tão grande que pode durar a vida toda..."- Só depois fui entender as palavras de Virgínia Woolf.
Realmente, a chuva de ipê, as suas risadas, a voz da Esther, os cães e seus ditames, e nós quatro tão unidas e felizes que arrastávamos os dias até o limite do sono. A vida aumenta em Caxambú.

Hoje eu, Cle e Lisa tomamos café depois do trabalho. Meu Deus, como falta você! E hoje guardo esses momentos pequenos com mais cuidado, método para te contar quando te ver. Como quem guarda cartas ou pedras, guardo nossa vida daqui com amor e com esperança de te ver logo, antes que me fujam os detalhes.

Te amamos!

Anônimo disse...

"Quando um momento � t�o grande que pode durar a vida toda..."- S� depois fui entender as palavras de Virg�nia Woolf.
Realmente, a chuva de ip� as suas risadas, a voz da Esther, os c�es e seus ditames, e n�s quatro t�o unidas e felizes que arrast�vamos os dias at� o limite do sono. A vida aumenta em Caxamb�.

Hoje eu, Cle e Lisa tomamos caf� depois do trabalho. Meu Deus, como falta voc� E hoje guardo esses momentos pequenos com mais cuidado, m�todo para te contar quando te ver. Como quem guarda cartas ou pedras, guardo nossa vida daqui com amor e com esperan�a de te ver logo, antes que me fujam os detalhes.

Te amamos!
Telma Lazaro da Guarda

Bárbara M.P. disse...

...
É por isso que venho aqui. Porque escreve com a alma. Escreve coisas tão íntimas, ao passo que universais, Ana. Criei grandes laços com o "Kumbuka". Laços estampados de ipês. Amarelos.

Beijos bem carinhoso em ti e na diva Cecília.
Bárbara M.P

f. disse...

ah, beibe, ela continua uma burrinha malvada? que orgulho, meu deus, qu orgulho. puxou tio baco.