À espera do elevador, um homem e eu. Ao entrar, quase fui atropelada, evidenciando a rara elegância masculina. Um rápido pedido de desculpa. O silêncio imperou até o quarto andar, quando ele me olhou, e disse: "tchau, bom dia pra vocês".
Olhei para o lado, e sorri sozinha ao perceber que ele captara a situação. Aquele homem que julgara deselegante tinha sensibilidade aflorada, não era um esquisofrênico. Ao me ver, também enxergou o meu amor. A outra face, o outro corpo que em mim abriga. Minha retina é reflexo da outra, a parte que tudo sente, e sinto. Minhas pernas caminham porque juntas as movimentamos e a alma sorve de esperança e calor no coração que bate em duplo compasso.
E dá bom dia ao dia. E aos homens apressados, de boa vontade.
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